Caro leitor. Após diminuir nossas despesas fixas e zerar as variáveis, juntamente com o aumento da nossa captação de informações, o próximo passo é verificar toda e qualquer oportunidade que nos é apresentada ou identificada por nós.

É uma visão míope dispensar as oportunidades de trabalho sem antes consultá-las minuciosamente. Até parece óbvio, mas a maioria das pessoas passa por um período de “trabalharei somente naquela área” e ignoram várias chances de emprego em áreas distintas do seu interesse. O problema é que esse período pode levar meses, porque nos primeiros momentos do desemprego, o qual coincide com o período do seguro-desemprego, a maioria das pessoas, consciente ou não, se colocam na opção da escolha refinada. Tal escolha vai se amenizando proporcionalmente a sua consciência de “está difícil conseguir uma oportunidade na área que eu queria” que também coincide com “está acabando o meu período de seguro-desemprego e ficarei sem dinheiro”.

O refinamento da escolha dependerá da utopia do profissional que muitas vezes sonha, mas não identifica que tal conquista é remota atualmente. Logo, perde-se tempo e oportunidades por almejar um local de trabalho ideal, mas longe de ser conquistado.

É prudente mudar o foco de “somente trabalharei no local que me agradar” para “tornarei o meu local de trabalho agradável”. Ou ainda, “começarei a trabalhar com a oportunidade que me derem e crescerei na empresa devido aos meus resultados até chegar ao posto que eu desejo”.

Geralmente, a nossa miopia é conseqüência do nosso ego. Assim, a maturidade é a principal ferramenta para direcionarmo-nos.

Outro ponto a ser visto é que podemos identificar outras oportunidades quando formos avaliar as que nos foram apresentadas. Exemplo: vamos verificar uma vaga de vendedor para uma determinada empresa e notamos que podemos nos tornar concorrentes dela. Assim nasce o empreendedor que identifica oportunidades onde outros não perceberam ou nem foram conferir.

Em resumo: toda e qualquer oportunidade precisa ser vista, parecendo ruim ou não no primeiro momento. Pois o que realmente interessa nesse momento é não entregá-la “de mão-beijada” para o concorrente. Quem sabe é verificando oportunidades que encontramos nichos de mercados. E ultimamente ter oportunidades não é regalia de muitos.

Por fim, quem não tem nada o pouco que é oferecido é mais do que tem (óbvio). E não se valorize/vanglorie para o mercado. Deixe-o descobrir o seu real valor através dos seus resultados. Pois bons profissionais não passam vários meses desempregados, porque não deixam a utopia determinar o rumo de suas carreiras.

 

JR MIQUELIN Graduado em Gestão Estratégica de Vendas pela UNOPAR, Gestão de Comércio Exterior pela FACNOPAR, MBA Administração, Finanças e Negócios pela ESAB e MBA Internacional em Gerenciamento de Projetos pela FGV – SP e University of California, Irvine – USA. Atua como Diretor Financeiro do Grupo Costa Miquelin, Professor Universitário e Escritor.

 

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JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos & Cia. Ano I, n 17, pág. 10. OUT 28, 2009.