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ACREDITAR NA EMPRESA

  

Há três momentos históricos que dão embasamento para o conceito de hoje que tem o objetivo de promover a crença do colaborador em sua empresa ou negócio. Os momentos são formados pela Revolução Agrícola e Industrial e a Era da Informática.

Resumindo a história embasada na pirâmide de Maslow (Abraham Maslow 1908 – 1970), o homem trabalhava para atender suas necessidades básicas (comida, água, sobrevivência, etc.). Depois passou a trabalhar pela básica e pela sua segurança (proteção, saúde, recursos, família, território, etc.). Em seguida foram abrangidas as necessidades sociais (pertencer a um grupo ou fazer parte dele), de estima (reconhecimento dele e de outros ao seu trabalho) e de auto-realização (tornando-se o que ele realmente gostaria de ser). Certamente é oportuno lembrar que durante esses três momentos trabalhava-se com o escambo, ouro, moedas, dinheiro, etc.

Na Revolução Agrícola o homem buscava atender suas necessidades básicas e de segurança, ampliando-as em sociais e de estima na Revolução Industrial e desenvolvendo com mais propriedade a necessidade de auto-realização com a chegada da Era da Informática.

A relação entre o homem e o trabalho também evoluiu com o passar do tempo, atendendo suas necessidades básicas sozinho; depois em um pequeno grupo; inclusão da segurança; estabelecimento de ordem e comando no grupo; converge de nômade para grupo estabelecido; nascem os vilarejos, cidades e início da sociedade; começa a atender as necessidades sociais; mais adiante atende a estima e se busca a auto-realização.

Nesse emaranhado de acontecimentos evolutivos do homem, o trabalho se tornou um meio de obter o que queria e quando começou a visar o atendimento da estima e auto-realização, parou de pensar coletivamente e retornou ao sistema arcaico da singularidade. Ou seja: egoísmo, ganância, soberba, desejo, competitividade, ansiedade, estresse, socialmente longínquo, qualificação do ser feita por bens adquiridos, vulgaridade, perda de valores e princípios, insignificância do outro, etc.

O aumento populacional e de informações ao homem também são fatores altamente impactantes em sua vida mutante nos últimos tempos.

Cadeira cativa, plano de carreira em uma única empresa, a aquisição do diploma como sinônimo de empregabilidade, funções tradicionais atendendo a demanda de mercado da população, a ignorância despreocupada e igualitária no saber, entre outros, são paradigmas há muito tempo quebrados. E a instabilidade emocional, desleixo, falta de comprometimento, individualismo, mutação profissional constante, etc. tornaram-se fatores geradores da desvalorização do homem dentro do grupo em que se pertence. O grupo até o quer, mas ele se muda em todo momento, desvalorizando o grupo como apenas mais uma peça de roupa trocada.

As entidades são formadas por pessoas. Móveis, imóveis, acessórios e maquinários lhes são apenas acréscimos. Sem pessoas não há empresas, igrejas, grupos, família ou sociedade. É preciso ser altruísta e querer construir seu próprio grupo/empresa, fortalecendo-se em prol da sobrevivência coletiva. Pois, será que teria valor muitos morrerem pela sobrevivência de um? Ou seria melhor perder um dedo ao invés da mão inteira?

Muitos homens se mantiveram vivos e assim o fizeram com o grupo o qual pertenciam porque acreditaram em seu líder/empresa. E Napoleão Bonaparte (1769-1821) sabia que, ao ver o grupo inimigo mais numeroso, deveria manter a crença em seus comandados e assim nunca perderia seu fiel grupo em batalha.

Dessa forma, o profissional deve acreditar em seu líder/empresa e com ele ser responsável por manter o emprego e o sustento de todas as famílias que dependem direta ou indiretamente do seu trabalho. E isso seria apenas a continuação da evolução do homem.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.543 , pág. B4. NOV 28, 2012.

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