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AJUDAR ATE O CERTO

  

Criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal (HIRSCH, Robert. Entrepreneurship, 2010) são apenas alguns atributos que os empresários do século XXI deveriam ter. E promover isso em favor da entidade e estendê-lo às partes interessadas (stakeholders) também deveriam ser objetivos dos mesmos.

O índice de desemprego, a qualificação profissional, renda per capta, produtividade, qualidade de vida, instrução das pessoas, etc. seriam melhorados significativamente se essa teoria não fosse difícil de ser aplicada/praticada. Mas, se também fosse fácil, qualquer um a faria e os citados não estariam tão carentes de melhorias.

A implantação e sustentação desses princípios na vida real dependem não somente do empresário, mas também de toda a equipe que faz parte do ambiente profissional. Isso porque, por mais talentoso e habilidoso que seja o líder, não conseguirá desenvolver algum projeto que não é acreditado pelos seus liderados. Nota-se que o porcentual de importância de cada parte é distinto em todas as situações, mas impossível de ser negado que a falta desse por alguma das partes seria impeditivo para se atingir o resultado almejado.

Todos os envolvidos precisam estabelecer sinergia, tal como um motor composto por várias engrenagens, para que, se completando de maneira correta, o projeto possa ser planejado, executado e o resultado alcançado. E quando o projeto está sobre a base empreendedora, é preciso de mais entrega e perfil profissional de todos.

Manter ou perder a equipe são consequências da condução que o empresário/líder teve com ela e até mesmo os ônus ou bônus de algum risco assumido.

O que ainda diminui as chances do sucesso é quando algum colaborador “apenas geme como se estivesse fazendo força em prol do projeto, mas realmente não faz força alguma”. Na verdade está usando o lugar de outro que poderia estar produzindo muito mais do que seus resultados medíocres que mostram o serviço sendo feito, porém não atingem todo o potencial que o projeto possa ter. Neste momento, a percepção do líder demite o funcionário - aparentemente sem motivos porque ele está tendo resultados – e busca um substituto que possa enriquecer este projeto.

Mas, antes de chegar a esta decisão, o líder busca mostrar ao colaborador que o projeto é muito maior do que ele o vê; os resultados obtidos são bons, mas não estão perto do potencial que o projeto tem; é preciso sair da zona de conforto que os resultados comuns produzem; enquanto se contenta com o pouco ganhado o concorrente aumenta seu market share, etc. As bonificações, prêmios de todos os tipos, adiantamento salarial se assim o pedir, novos materiais e ambiente de trabalho, capacitação, dias de folga, entre outros, não lhes são negados a fim de que possa ampliar seus resultados.

Há pessoas que são limitadas, mas também há tantas outras que se limitam pela falta de gana e o líder precisa estabelecer um limite na ajuda oferecida às últimas. Isso é dito porque, mesmo sabendo que todos precisam de ajuda e essa ação também promove a melhoria da produção e ambiente de trabalho, quem oferece pouco para a empresa não faz por merecer as regalias que podem estar ganhando e muito menos continuar fazendo parte da equipe.

Pela natureza capitalista, pessoas que se limitam precisam ser realocadas para outras funções ou empresas, pois se percebe que é preciso dar condições, ajudar e acreditar em toda a equipe, mas o líder também carece do uso da razão e atitude para não aceitar resultados comuns porque investir tempo e dinheiro onde não traz retorno seria uma sandice.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.600, pág. B4. FEV 06, 2013.

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