O livro “Capacitando jovens para o mercado de trabalho”, do escritor apucaranense, Júnior Miquelin, foi lançado ontem (09/12). O evento aconteceu na Livraria Nobel, e reuniu mais de 40 pessoas.
Indicado para estudantes, jovens, pais e profissionais da área de administração, o livro discute a raiz dos índices de desemprego, que para o autor está na falta de qualificação profissional das pessoas.
O caminho para reverter esse quadro é a capacitação dos jovens, que nessa fase da vida estão mais aptos a receber conhecimento. Dessa forma, quando atingirem a maturidade possam se realizar profissionalmente e contribuir para uma sociedade e país melhor.
Por isso, Jr Miquelin dá algumas dicas para os jovens conseguirem alcançar mais facilmente o mercado de trabalho. O autor mostra ainda no livro que os pais devem acompanhar os filhos até o início de suas carreiras profissionais.
Acompanhe a entrevista com o autor e algumas idéias encontradas no livro:
Um dos sinônimos deste paradoxo é a contradição e hoje notamos isso ao ver que muitos não identificaram as tendências mercadológicas que, com o passar do tempo, mostravam um ambiente corporativo mutante e veloz, buscando atender as necessidades da globalização. Desta forma, hoje se encontram inaptos a acompanhar as exigências do mundo capitalista e fazem parte do número agressivo de desempregados.
O perfil buscado hoje pelo mercado é mais seleto? Essa busca está motivada pela mudança causada pelo crescimento das empresas no país e no mundo?
Na geração anterior, as pessoas dedicavam-se ao trabalho braçal e assim surgiram as linhas de produções. Na minha geração, os maquinários tomaram os lugares dos produtores e há uma agressiva evolução tecnológica a qual tem como alguns dos seus objetivos produzirem cada vez mais, gastando poucos insumos, consumindo menos espaço, superando a qualidade atual e diminuindo distância e tempo. E com as melhorias atingindo-nos cada vez mais rápido, é muito improvável prever como será a próxima geração. Baseado nisso, hoje as empresas pagam salários de vários pessoas para somente uma, que as façam evoluir mais do que os demais. Por fim, é perceptível que as empresas necessitam de cérebros uma vez que os braços já foram desenvolvidos pelos maquinários.
Como os jovens devem se preparar então?
É uma pena ver os jovens de hoje um pouco melhores do que os de ontem. Digo isso porque eles estão mais preocupados em consumir o que é desenvolvido e não percebem que amanhã precisarão desenvolver algo melhor do que estão usando hoje. O livro traz o mínimo para uma qualificação iniciante, sendo elas: ensino fundamental, médio e outros idiomas, relações humanas, conhecimento financeiro e administrativo, informática, especializações, experiência mínima profissional, espírito de competição e cultura, as quais podem garantir uma vaga de emprego futuro.
No livro você coloca que os pais têm papel decisivo na carreira profissional dos filhos. Como os pais devem planejar/ajudar na carreira dos filhos?
No livro cito até a Constituição Federal, a qual é desconhecida por muitos, que traz a amplitude da obrigação paterna que, em muitos casos, é ausente. Todavia, poder-nos-íamos dizer que não só a má formação do jovem, mas também os maus resultados deles em seu mundo profissional, educacional e pessoal podem ter uma parcela de responsabilidade paternal. Contudo, acredito que a obrigação dos pais foi ampliada até ao sucesso profissional do filho, pois se nada for feito, este poderá aumentar o nível do desemprego futuro, comprometendo até mesmo a qualidade de vida dos seus netos. Ainda assim, os pais precisam agregar valores sociais, conteúdo cognitivo e visão de futuro aos filhos.
Você diz que a Língua Inglesa é necessária para o jovem, assim como informática, faculdade e pós-graduação. São passos básicos para o mundo atual?
Na verdade eu acredito que esses são passos básicos para o mundo de ontem, mas como hoje o concorrente ainda está dormindo como nós, penso que tais passos são o mínimo para a próxima geração. Entretanto, os valores intangíveis citados no livro são tão importantes quanto os citados.
Porque você diz que o jovem tem que ter espírito de competição e mais acesso a cultura?
Todo animal está sob uma cadeia alimentar e a nossa chama-se capitalismo. Isto é como a internet hoje em dia: ninguém conseguirá reverter ou desligar. Desta forma, ou o profissional acorda e corre ou será morto pelo concorrente que está e estará levantando mais cedo para pegá-lo. Até penso que isso piorará muito com o passar do tempo, mas a parte cultural entra para criar valores, frear a ambição e diminuir o estresse, pois de nada adiantará ter um exímio profissional se ele não tiver conteúdo humanitário – não há equipe ou sociedade que o aturaria.
Que conselho você deixa para os pais e jovens?
Cadeira cativa no ambiente profissional não existe há tempos e as oportunidades atuais exigem alta qualificação, pois a única coisa que mais pesa na hora da decisão é o resultado obtido e não mais a idade ou a experiência. Desta forma, hoje em dia os homens de 40 anos dão lugar aos meninos de 25 e amanhã esses últimos tomarão o lugar dos trintões. Em resumo: a partir de agora só sabemos qual é a hora de começar a nos qualificar, pois à hora de parar nunca mais chegará.
Serviço:
O livro Capacitando Jovens para o Mercado de Trabalho já pode ser encontrado na Livraria Nobel em Apucarana, nas Livrarias Saraiva e Cultura. Tanto nas lojas quanto nos sites.
Jr Miquelin lancará seu segundo livro, com titulo de “Como melhorar sua renda”, em fevereiro de 2009. Ele está sendo publicado pela Editora Biblioteca 24x7, de São Paulo.
Portal do Boné e Apuka Online. DEZ, 2008.