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CARREIRA PARALELA

  

            Primeiramente, é preciso classificar as possíveis tarefas feitas por alguns profissionais, sendo elas: a) segundo emprego - fazer a mesma atividade para empregadores diferentes; b) atividade paralela – exercer atividades pontuais dentro da atividade principal; c) hobby - ocupação que pode ser duradoura ou remunerada, mas que não exige responsabilidade ou compromisso profissional; d) carreira paralela - atividades diferentes, realizadas simultaneamente, e que demandam desenvolvimento profissional, longevidade e responsabilidade.

            Estudos mostram que profissionais multitarefas que já atingiram seus objetivos de instrução profissional visam se desenvolver em mais de uma atividade econômica baseados nos mais variados motivos, sendo alguns: procurar uma atividade prazerosa; criar uma ocupação para depois da aposentadoria; experimentar uma nova carreira; ajudar algum familiar.

A carreira paralela pode proporcionar vantagens (possibilidade de ganho financeiro maior; proteção contra desemprego e variações de mercado; networking reforçado e oportunidades de negócio; exploração e aprendizado de competências variadas) e desvantagens (redução de tempo disponível para atividades pessoais; sobrecarga de trabalho, com jornadas muito longas; dificuldade para administrar duas ou mais agendas; risco de conflito de interesses entre os trabalhos) ao profissional.

            A disciplina, escopo e foco no que se pretende fazer são essenciais para o profissional que deseja se aventurar em carreiras paralelas. E pecar contra algum deles pode provocar dessabores em suas vidas particulares, além da profissional.

            Diferente do hobby, as demais atividades precisam de uma definição e cumprimento de agendas claras. A dificuldade é administrar a pouca margem que tais agendas poderão ter uma vez que o dia tem apenas vinte e quatro horas e a família, saúde, religião e descanso exigem a mesma atenção.

            O escopo de cada atividade desse profissional não tem o luxo de ser basicamente feito. Precisa ser amplamente composto pelo o que fazer, como fazer, quem fazer, quando fazer, por que fazer, quais são os resultados a serem conquistados, qual será o custo em dinheiro e esforços, etc. e principalmente o que não o compõe. Erram quando não delimitam o escopo e vão acrescentando afazeres conforme seu andamento. Perdem tempo e foco.

Por sua vez, o foco precisa ser mantido de maneira clara e revisado em todos os instantes das atividades com o intuito de jamais perdê-lo ou substitui-lo. Sua mudança prejudica as demais áreas da vida profissional e pessoal, deixando-as desorganizadas e provocando rupturas, às vezes, irreversíveis.

O maior risco do profissional multitarefa é se tornar workaholic pela falta de disciplina, escopo e foco no que faz. E a família, saúde e religião são as mais afetadas com essa desorganização que deteriora a qualidade de vida dos indisciplinados ou inaptos.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.758, pág. B4. AGO 14, 2013.

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