Comunicar é uma das mais difíceis ações para fazer - por mais simples que possa ser -, pois seu entendimento depende da forma que a mesma é feita.

            Não basta ser sucinto, claro e direto. É preciso ter certeza de que a outra parte entendeu o que se quis comunicar.

            A responsabilidade de uma boa comunicação é, em sua maioria, de quem a promove. O receptor precisa apenas estar aberto à receber as informações. E todo o trabalho precisa ser feito pelo comunicador.

            Pessoas não se entendem e culpam umas as outras pela incompreensão. Dificilmente alguém identifica, em primeira instância, que se equivocou no comunicar. É mais fácil dizer que a outra pessoa não entendeu por julgar que era de fácil compreensão o que foi dito.

Palavras eruditas, velocidade no falar, falta de informação, rispidez, impaciência, uso errado da palavra, etc., são impeditivos para uma boa comunicação. Mas o maior mal é o não se importar se a outra parte entendeu o que foi dito, pois a pergunta sobre a compreensão não deveria de partir do receptor, mas do comunicador para se ter a certeza de que se expressou corretamente.

O principal objetivo é ser entendível. Entendeu? E esse pedido final de confirmação da mensagem passada é essencial para se ter a certeza de que o objetivo foi atingido e dar abertura necessária para que sejam clarificados os pontos dúbios.

 Em uma sala com muitos alunos, os que entenderam a primeira explicação não são mais espertos que os demais. Pelo contrário, o professor/comunicador é o responsável por fazer todos entenderem o assunto ao mesmo tempo. E se isso não acontecer simultaneamente pode significar problemas e falhas na comunicação.

O líder que não consegue ser entendido pelo liderados coloca em risco todo o projeto. Os pais que não sabem explicar a proibição aos filhos pode comprometer a educação. A redação que perde o foco do título pode ser anulada no vestibular. A petição mal redigida pode ser fato decisivo na perda da ação judicial.

Todos os citados se estendem para todo tipo de comunicação, sendo a verbal, escrita, não verbal, visual, interpessoal, interfuncional, etc.

Toda relação depende da comunicação que, indiferente da forma, precisa ser entendível pelos envolvidos ou interessados. O fato de o assunto ser dominado por um não garante o sucesso na explicação ao outro. Assim, muitos sabem fazer, mas não sabem explicar. E há casos de saberem explicar, mas não saberem fazer.

O mais importante é fazer a informação chegar correta a outra parte para que tudo seja entendível como desejado. E a forma mais simples de evitar mal-entendidos, confusões, erros, falhas, equívocos, brigas, rancores, etc., é simplesmente perguntar se o que foi dito realmente foi entendido pela outra parte. Entendeu?

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.770, pág. B4. AGO 28, 2013.