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CONDUTA PROFISSIONAL

  

Acreditou-se muito que era necessária a conclusão de uma graduação ou curso técnico para se tornar e também ser reconhecido como profissional da área. E, de certa forma, este foi um parâmetro de aceitação e referência coerente. Mas, o que dizer dos trabalhadores que exercem a mesma atividade mesmo sem a devida qualificação registrada em papel? Seria certo considerá-los a margem do mercado ao invés de profissionais?

Em muitas atividades o diploma não é requisito mínimo para desenvolver habilidades necessárias e que também podem ser adquiridas de maneira empírica. Por outro lado, tal requisito não é apenas exigido devido à sua comprovação de conhecimento, mas também por realmente qualificar o trabalhador para aquela função que, de outra forma, seria impossível de executá-la.

Entretanto, não é objetivo discutir em quais momentos a certificação profissional é essencial. O foco agora é perceber que muitos profissionais formados academicamente não possuem a conduta profissional que muitos outros, menos favorecidos em conhecimento técnico, exercem de maneira assertiva.

Em nenhum dos casos o trabalhador é desqualificado a ponto de não ser percebido como a pessoa que exerce uma ocupação por ofício. É a qualidade do seu trabalho realizado ao cliente que o faz ser mais bem afortunado que outro. E há extremos de trabalhadores não escolarizados que são exímios em suas funções.

Por muito, homens muito bem qualificados usam seus conhecimentos de maneira incoerente, envolvendo seus atendidos sempre que puder tomar vantagem ou imaginar que isso seria possível. Aí já não basta ter conhecimento, pois a equipe ou o mercado não o aceita mais.

Idoneidade, transparência, comprometimento, correção, justiça, pontualidade, importância, dedicação, vontade, coletividade, honestidade, doação, prontidão, entre outros são qualidades raras encontradas nos trabalhadores e talvez seja por isso que há confusões sobre a conduta profissional de pessoas qualificadas no banco escolar ou na prática.

É um equívoco se diplomar hoje e requerer o espaço profissional no mercado como se isso lhe fosse de direito. Na verdade, em muitos casos a concorrência não é medida pelo papel, mas pelo preço, atendimento, entrega, qualidade, etc.

Não adiantaria ter um profissional experto na equipe se este não fosse bem quisto por ela devido à sua conduta destoada. Melhor seria zelar pelo comportamento e união ao invés de se colocar como o especialista a ser seguido. Por outro lado, de nada valeria um histórico ilibado sem a devida capacidade de produção solicitada pelo mercado.

O profissionalismo do trabalhador não é determinado pela idade, cultura, inteligência ou escola, mas sim pelo seu comportamento. E enganar-se-ia quem se sentisse diminuído frente ao conhecimento do outro.

Assim, é visto que o profissionalismo está em favor do trabalhador certo para aquela determinada função que, por sua vez, está de acordo com sua capacidade produtiva, indiferente de ser mecânica ou intelectual.

E esta é uma lacuna do mercado de trabalho que o faz amplo suficiente para que qualquer um possa, através do seu esforço, se estabelecer, produzir, desenvolver e sobreviver. E para isso é preciso trabalhar suas habilidades percebidas em prol da sociedade que também carece de valores, princípios, moral e ética em seus negócios.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.555 , pág. B4. DEZ 12, 2012.

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