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ESCOLHAS E DECISOES

  

Há poucas certezas na vida, mas dentre elas a necessidade de fazer escolhas e tomar decisões se sobressaem devido ao alto índice de ocorrências nas vidas das pessoas.

São iminentes e irrefutáveis uma vez que se completam ao mesmo tempo em que até suas omissões correspondem ao ato de se fazer. Ou seja, ainda que se recuse a fazer escolhas e tomar decisões já as fez com o ato de recusar.

Escolhemos e somos escolhidos em todo o momento. Esta ou aquela cor, caminho, hora, posição, comida, companhia, curso, destino, etc. São inevitáveis, mesmo sendo tardadas. O fato de conseguir o que se buscou no momento da escolha seguida da decisão é apenas uma consequência.

O fato de escolher é diferente de decidir, pois o primeiro se baseia em preferência, opção, nomeação ou eleição, e o segundo é sustentado pela determinação e resolução. Então, é possível fazer a escolha, mas não promovê-la.

Frequentemente encontradas em coisas mundanas, muitas são dolorosas por se depararem no estado de separação do antigo para o novo. Em muitos casos mesmo mantendo o antigo por algum tempo ele pode vir a ser substituído pelo novo ou então ao contrário.

Não existe o pleonasmo de “voltar atrás” nas escolhas e decisões, porque o tempo em que se vive não é mais o mesmo. Assim, quem optou por aquilo e se arrependeu, hoje, retoma o que tinha, transformando isso em uma nova ação.

O momento da escolha é difícil devido à exclusão de uma ou várias outras possibilidades. E sempre existirá o risco bom ou o ruim quanto ao seu acerto. Entretanto, o próximo passo é ainda pior.

Decidir sobre alguma coisa é exercer a escolha que fez não tendo margem para refazê-la. A decisão é um ato de consentimento para a execução do optado e o insucesso poderá demandar novas escolhas e decisões para, então, tentar consertar o que se fez.

Às vezes há tempo para corrigir as falhas, mas o que predomina é sempre algo definitivo naquele instante e é possível de não haver correções posteriores.

Médicos, empresários, engenheiros, bombeiros, policiais, presidentes, controladores, etc. são massacrados pelo estresse deste momento. Vários olhos voltados à atitude do líder que não deve errar, pois sua falha poderá provocar perdas irreversíveis. O tempo é curto e não há como fugir da situação: faça a escolha e tome a decisão. O rótulo de herói ou bandido virá por consequência.

Mas há uma consciência madura que a maioria das pessoas não tem: indiferente do resultado, a escolha e a decisão sempre são feitas em prol do sucesso percebido naquele momento. E os que, hoje, apontam - com ou sem soberba - o que deveria de ter sido feito, eram os que se fizeram ausentes ou omissos no momento certo de se escolher e decidir. Logo, trabalho fácil será sempre o trabalho que já está feito.

 

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.681, pág. B4. MAI 15, 2013.

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