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EXCESSOS E FALTAS DOS LIDERES ATUAIS

               Dias atrás, ouvi em uma estação de radiodifusão, no programa chamado insight, que o líder é apenas uma pessoa que quer aparecer e carece de reconhecimento.

       Ao longo do tempo, muitos estudos, pesquisas e livros foram publicados a fim de direcionar, de melhor forma, os líderes para que pudessem promover seus maiores rendimentos e de sua equipe ao mesmo tempo em que mantivessem tudo em harmonia. Entretanto, este assunto tornou-se vil porque muitos se aventuraram em filosofá-lo sem ter, ao menos, a devida propriedade no assunto através dos conhecimentos empíricos e cognitivos.

       Atualmente, pesquisas mostram a necessidade de autoconhecimento e disposição em trabalhar os traços de personalidade para se fazer um líder melhor. Mensuraram 18 mil itens de personalidades, convergentes para cinco dimensões, sendo elas: necessidade de estabilidade, extroversão, abertura, condescendência e retidão. Entretanto, as mais interessantes foram as análises das pesquisas que apontam excessos e falhas nos líderes atuais, baseando-se nessas cinco dimensões.

     Ser contigo demais (pouco inspirador e sem urgência) ou muito impaciente (reagir mal ao colaborador); assertivo e dinâmico demais (falar muito, dominar e não dar ouvidos) ou introspectivo demais (sem emoção); inovador e complicado demais (muito questionador e com idéias muito complexas e não claras) ou convencional demais (resistente a novas idéias e comodista); racional, competitivo e atento demais (inflexível, rude ou agressivo) ou atencioso demais (com dificuldades em aplicar correções e ser justo); minucioso ou comprometido demais (perfeccionista e sem visão holística) ou tomar decisões rápido demais (precipitado), são os excessos e falhas citados em pesquisas internacionais.

        Muitos acreditam que um líder tem essa habilidade nata e outros afirmam que a liderança pode ser aprendida. Mas é sabido que se o mesmo treinamento for dado para alguém que tenha essa habilidade nata e à outra pessoa que não a tem, o primeiro terá melhores resultados.

        Muito se estudou sobre o perfil do líder servidor. E trabalho neste artigo a base para esse novo conceito, que pode ser encontrada no livro de Mateus CAP 5, 1-12 – Bem Aventuranças. Neste texto, é apresentado como bem-aventurados as pessoas de coração pobre, que choram, mansas, que têm fome e sede de justiça, misericordiosas, puras de coração, pacíficas, perseguidas e caluniadas. Assim, podem ser mensuradas qualidades de uma pessoa que é bem-aventurada pela conseqüência de suas boas ações para com outros, sendo elas: benevolência, autocrítica, tranqüilidade, justiça, perdão, cortesia, paz, respeito e verdade.

        Sabendo sobre essas qualidades, trabalham-se as ações para cada pessoa que deseja ser bem-aventurada tenha no tratamento com os outros, sendo elas: ter boa vontade para ajudá-los; assumir seus erros e corrigir-se; manter a calma no tratamento com as pessoas; ser correto em suas próprias ações; dar uma segunda chance a quem lhe pedir; ser civilizado; evitar qualquer tipo de discussão; respeitar a opinião alheia e não mentir.

        A qualidade de bem-aventurado pode ser entendida, no meio profissional, como bem sucedido. Isto é: se a pessoa praticar as ações citadas acima, poderá ser bem sucedido no relacionamento com as pessoas, tendo para si o mesmo tratamento que ofereceu, pois elas lhe devolverão por conseqüência, atingindo assim a harmonia entre as partes. Contudo, as pessoas seguirão a linha hierárquica pessoal ou profissional e terão boa vontade em atender as necessidades das outras, dentro das suas próprias possibilidades.

         Este conceito pode ter sua base fortalecida uma vez que foi ensinado por um líder – se for visto apenas como homem - que há mais de dois mil anos ainda orienta milhões de pessoas e viveu esta sentença.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.526, pág. B4. NOV 07, 2012.

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