As entidades são formadas por pessoas e todo o resto é apenas complemento, pois de nada valeria ter um equipamento de última geração tecnológica se não houvesse alguém para ligar, manusear, consertá-lo ou vender seu produto/serviço.
O domínio do bem material é relativamente simples e possível de ser feito mesmo que seja através do tempo, mas o bem humano é complexo, indominável e imprevisível.
O homem é condicional e mantê-lo ativo é questão de interesse. Quando menos se espera, ele desiste do que tanto queria pelo simples fato de não lhe ser mais conveniente.
Em muitos casos, atitudes desconectadas e sem justificativas são feitas por ele, interpondo o senso lógico ou comum. Ainda que tudo esteja indo bem, parece ter a carência de que algo diferente aconteça para que a segurança lhe seja quebrada e o recoloque em condição adversa.
A inatividade não é o desejo do preguiçoso, mas uma condição que assume pelo fato de ainda não ter achado alguma coisa que lhe interessa. E o insaciável é o ávido que tudo tem, mas nada lhe é bom o suficiente.
O motivado de hoje poderá ser o descompromissado do amanhã, mesmo que muito seja feito para mantê-lo excitado à atividade. É o fato de ainda não ter conquistado que o mantém na disputa e não o simples fato dela não ter acabado, porque o fim nem sempre é o fim para ele, mas talvez um recomeço.
As pessoas têm prazo limitado em tudo que fazem parte, inclusive da vida. E é maduro reconhecer o limite quando ele é alcançado.
A mais forte equipe pode nunca ser possível de ser formada porque um indivíduo não tem interesse em fazer parte ou permanecer nela. E até mesmo o bem comum pode não ser o bem para ele.
Ajudar, estar presente, participar, socorrer, contribuir, etc., não garantem a continuidade de nenhum colaborador que não tenha entendido o real espírito do grupo que pertence e qual é a causa da luta. Quem sabe ele pode ter apenas mudado de ideia.
Não é o melhor ambiente, líder, grupo, condições, ganhos ou trabalho que conserva o funcionário. Sua demissão pode se dar de maneira repentina e sob nenhum precedente que a justificasse.
Assim, inúmeros negócios promissores nunca saem do papel, mesmo com todos os recursos financeiros e condições laborais em mãos devido a não ter alguém para fazê-lo acontecer. E essa é a lamentação de inúmeros homens de negócios que visualizam oportunidades fortuitas serem descartadas por não conseguirem encontrar profissionais qualificados para montar uma equipe ou manter um time por longo tempo.
JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.698, pág. B4. JUN 05, 2013.