Uma enquete feita no mês anterior em redes sociais pedia para os voluntários descreverem seu chefe em uma palavra. E as palavras mais usadas foram: bom, centralizador, competente, compromissado, determinado, doido, empreendedor, exemplo, falso, idiota, inspirador, inteligente, justo, líder, o melhor e político.

Tais palavras resumem a impressão que, diariamente, é vendida aos liderados através de atitudes e posturas assumidas pelos líderes que variam conforme a exigência do momento.

É de se pensar sobre essa comunicação intrínseca que muito favorece ou desfavorece o ambiente de trabalho e impacta a equipe. Aos líderes pontuados positivamente são dadas a confiança e dedicação enquanto que aos negativos sobram insegurança e resistência do time de trabalho.

Muitos contratempos com a equipe poderiam ser evitados se o seu líder zela-se pela boa conduta e equilíbrio constantes. Mas ele é apenas um ser humano que também tem preocupações, dificuldades e limites, e é natural que não consiga atender todas as expectativas dos liderados.

A omissão da insegurança, desconhecimento, nervosismo, ansiedade e despreparo evita que os citados sejam replicados ao time de trabalho. A equipe fica salvaguardada para que possa executar os afazeres sem tais ameaças ao projeto. Porém, o estado de solidão, em algum momento, atingirá esse líder que ainda assim deverá evitar que sua equipe sinta tais vibrações negativas.

No meio profissional, a palavra chefe soa cacófato hoje em dia. Entende-se que seu uso é antiquado e que esteja mais ligada a tribo do que a equipe, por mais que algumas línguas estrangeiras a usem de maneira mais assertiva do que a portuguesa.

Dentro de casa, os líderes são os pais. Em alguns casos, um ou outro, mas em sua maioria há a comunhão de liderança onde os liderados são os filhos. A equipe é a família e o projeto de trabalho é a vivência em comunhão. A sinergia precisa se dar através da partilha e cooperação enquanto que a comunicação precisa ser clara, objetiva, acessível e usada.

Talvez a enquete citada pudesse trazer resultados similares se fosse aplicada dentro de casa. E a postura do líder poderia carecer da mesma ótica de conduta encontrada no ambiente profissional. Então, qual seria a impressão deixada pelos pais aos seus filhos?

A torcida é que a postura do chefe autoritário ou tribal não exista tanto no ambiente profissional quanto no pessoal. Que a equipe de trabalho e família sejam lideradas e sintam segurança em seus líderes. E que os mesmos consigam zelar pela boa conduta e equilíbrio constantes para que suas equipes ou famílias não sejam abaladas por suas preocupações, dificuldades ou limitações.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.746, pág. B4. JUNL 31, 2013.