O senso comum do trabalhador é o de executar o trabalho e repassar informações ao líder para que o mesmo tenha ciência, planeje, organize, direcione, controle e trabalhe com a equipe em prol do escopo do projeto.

            Por regra, o gerente do projeto é quem deve fazer a análise e a condução do time, assumindo a responsabilidade pelos ônus ou bônus do mesmo. Entretanto, esta estrutura desfavorece o sentido de equipe uma vez que o todo não é compartilhado.

            A má impressão de que o responsável é quem deve buscar as soluções devido ao seu grau hierárquico ou comissão mais bem favorável é errônea, pois todas as partes envolvidas navegam no mesmo barco e o insucesso de um coloca os demais sob a mesma condição. Desta forma, deixar apenas uma pessoa responsável pela resolução dos contratempos que podem ocorrer durante a execução do trabalho é um ato de omissão.

            O número de pessoas mais bem remuneradas é o mesmo número daqueles que produzem soluções aos contratempos que aparecem no decorrer do projeto e que também as fazem de tal forma que os demais não percebem que os mesmos ocorreram. No meio popular é entendido com a máxima da “missão dada é missão cumprida”.

            No decorrer de qualquer trabalho é possível de haver dificuldades para que o mesmo seja cumprido, mas apenas listá-las e não elaborar um plano de respostas/soluções não promoverá alguma coisa. E isso é ensinado à todos os alunos desde os primeiros anos de ensino através das boas notas para aqueles que respondem às perguntas feitas.

            Alguns pensadores afirmam que quem dá respostas não teve nada acrescentado uma vez que apenas transmitiu o conhecimento aos outros que tiveram seus saberes aumentados quando fizerem as perguntas. Mas o capitalismo não paga mais ao trabalhador que ainda insiste em entrar no escritório do patrão com listas enormes de problemas para serem resolvidos – muito menos àqueles que só apresentam, de forma diferente, aquilo que já se sabe.

            É preciso promover soluções constantes para que todo o trabalho da equipe seja realizado a fim de que o projeto seja cumprido, não importando se o contratempo está ou não sob suas responsabilidades, porque o soldo é pago para que o objetivo ou meta seja atingido e não mais pelo trabalho apenas exercido (Lucas, Cap 17, 7-10).

          Assim, são facilmente substituídos e menos remunerados os que se colocam apenas como executores dos que foram determinados por outros, um pouco melhor os que apresentam soluções e mais bem empregados os que produzem soluções por si.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.687, pág. B4. MAI 22, 2013.