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QUANDO O CORPO PADECE

  

Dores musculares; variações na pressão arterial; enjoos; nervosismo repentino; desânimo; angustia; insônia; estafe mental; impulsividade; rispidez; vômitos; dores intestinais; medo; desespero. Esses são alguns dos vários sintomas provocados pelo estresse diário do ambiente capitalista. Tudo é preciso e nada está bom o suficiente para quem sofre desse mal.

As cobranças da profissão e as interpessoais vão minando o corpo humano que se escraviza em uma rotina de cumprimento dos objetivos, metas, desejos e sonhos.

Os dias voam; a idade avança; a cada cumprimento de etapas, novas são criadas; os filhos crescem e não se percebe; a busca por remédios e tratamentos aumenta; o desempenho profissional vai reduzindo; a vida pessoal vai decaindo.

O custo que o acúmulo de bens e direitos, melhor posição social, conveniência e os prazeres materiais da vida cobram, em qualquer momento, seus preços que podem ser impagáveis ao corpo humano. E é possível de gastar a fortuna acumulada durante a vida profissional para tentar salvar a vida pessoal até o término desta.

Se há solução rápida aos estragos promovidos no corpo e na mente, pode-se executá-la e recuperar-se das lesões. Mas, quando não há solução rápida, o profissional não tem outra escolha a não ser continuar até encontrar uma saída. E quando isso afeta seu mecanismo cerebral, não adianta tirar férias, dias de descanso, festar no final de semana, pescarias, etc., porque a preocupação estará com ele para onde for e o aprisioná-lo-á nela. A cautela e a paciência precisam entrar em ação.

O trabalhador é a vitima do seu próprio mal e sofre mais do que os outros que acabam sendo atingidos pelos seus duros golpes de estresse. Ele é o primeiro a sentir e, quando não suporta a pressão profissional, acaba estourando rispidamente com seus colegas de trabalho, família, amigos e pessoas do seu convívio.

Os cursos de terceiro grau ainda não preparam seus alunos para enfrentar e suportar o sistema capitalista, abandonando-os com apenas conhecimentos técnicos sobre a profissão. Assumem posições no mercado de trabalho e logo percebem que o quociente emocional, relações humanas, liderança, administração de conflitos, vida profissional a dois, controle financeiro conjugal, entre outros, não foram tão bem trabalhados como deveriam ser durante sua formação acadêmica.

A pressão profissional é hoje combatida pelos trabalhadores através de boa alimentação; exercícios físicos; atividades sociais, de lazer e religiosas; remédios; hobbies; massagens corporais; e até mesmo o isolamento. O prazer por alguma coisa desfoca, temporariamente, o ser humano de suas preocupações e o relacionamento familiar é o principal guerreiro contra os males capitalistas.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.623, pág. B4. MAR 06, 2013.

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