Com a estimativa para a longevidade chegando aos 74,8 anos medida em 2013, hoje em dia, o profissional precisa aumentar seu planejamento de vida para mais 20 ou 25 anos após o encerramento da sua atividade profissional – fato incomum no século passado e passivo de sofrer mudanças ao longo do tempo devido ao avanço da medicina e a conscientização de qualidade de vida do ser humano.

            Uma prática comum é a continuidade do trabalho mesmo depois de chegar à idade de se aposentar. Isso se deve à contínua necessidade de dinheiro ou aversão ao ócio. Um hobby profissional também é uma alternativa cada vez mais aceita por muitos durante sua aposentadoria.

            Outra prática já inserida na vida cotidiana é a alocação dos cuidados das crianças e adolescentes feitas pelas escolas e babás, deixando os pais mais livres ao trabalho profissional. E essa convergência também está nos cuidados da casa, hoje, feitos mais pelas diaristas, empregadas domésticas, jardineiros, piscineiros, serviços gerais, etc. Até mesmo as limpezas ou manutenções de bens duráveis ou de capital estão sendo alocados a terceiros e não mais feitos pelos proprietários. O marido de aluguel também virou uma espécie em extinção.

            Como tempo é sinônimo de dinheiro no ambiente profissional, muitos produtos de consumo que eram produzidos pelos próprios consumidores do passado - por serem vistos como caros -, atualmente são comprados prontos por haver mais acesso ao dinheiro do que antes. A conveniência ganhou força nesse cenário.

            Com ambos os pais ativos no mercado de trabalho e com mais conhecimento e poder de compras do que antes, agora os filhos podem desfrutar de um tempo maior dedicado aos estudos e a protelação da saída de casa ou início da vida conjugal – o que pode alterar o planejamento profissional dos pais que, na prática, não são mais dispensados das responsabilidades financeiras com a maioridade dos filhos, mas somente após os mesmos se estabelecerem pessoal e profissionalmente.

            Devido às mudanças contemporâneas, o ambiente de trabalho também está se moldando às necessidades tecnológicas dos colaboradores. Muitas empresas se adaptam as mudanças solicitadas pelos seus funcionários a fim de aumentar sua produtividade, criatividade e melhorar o atendimento.

A qualidade de vida também é cada vez mais trabalhada com as adaptações dos escritórios com os locais de descompressão, homeoffice, informalidade nas vestimentas, horários flexíveis de trabalho, etc. Há atividades econômicas que migram para a hierarquia horizontalizada por terem colaboradores em níveis altos de profissionalismo e autogerenciáveis. E o jovem está cada vez mais ávido por liberdade e tecnologia.

Os ambientes familiares e profissionais estão em constantes mudanças, sendo o último sempre impactado mais rapidamente do que o primeiro. E inovações de certo ambientes não são sinônimas de qualidades, uma vez que há similares que não conseguem absorvê-las devido à sua natureza, crença, princípios, valores ou condições.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXIII, nº 6.921, pág. A9. MAR 01, 2014.