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VAGAS NAO PREENCHIDAS

  

É um paradoxo: de um lado inúmeras vagas de emprego não preenchidas e, de outro, pessoas não encontrando trabalhos para si. E esse desencontro provoca, por consequência, a retração econômica do país.

O sistema de capacitação profissional não está sendo atualizado conforme a evolução da sociedade. Por muito, ainda está retardando o desenvolvimento, mesmo tendo o intuito de favorecê-lo. E isso se deve a soma de vários fatores.

O ócio, advindo de mecanismos criados para aumentar o conforto do homem e diminuir o esforço, está tomando o lugar das atividades físicas. As crianças que viveram com os eletrônicos e ritmo sedentário, hoje, refutam profissões motoras.

O vestibular é um sistema de seleção arcaico. Esse deveria de ter critérios similares aos estadunidenses e também exigência mínima de cursos profissionalizantes na área almejada. Assim, o jovem já estaria qualificado ao mercado de trabalho em funções tradicionais que não estão sendo preenchidas além de terem um conhecimento mínimo sobre o estudo futuro. A orientação profissional também deveria ser incluída no currículo escolar.

O salário de categorias menores não atende as necessidades mínimas das pessoas devido ao peso dos impostos sobre o empregador que, por sua vez, não consegue melhorá-lo. Dessa forma, há desinteresse no preenchimento dessas vagas.

As promoções de cursos profissionalizantes para ingressos facultativos é uma boa ação, mas paliativa devido aos citados nos parágrafos anteriores. A maioria das pessoas não é proativa e se não houver uma exigência de mercado para que os futuros profissionais comecem a se capacitar durante suas juventudes, defrontar-se-ão com o mesmo problema do anunciado.

A qualidade do ensino nacional está longínqua de muitas nações. O mercado, há tempos, é global, mas o material lecionado não abrange esse universo. E, em muitos casos, o foco fica restrito em formar pesquisadores enquanto que o país vizinho tem a prioridade do sistema capitalista na formação dos seus profissionais.

E a dispensa das qualificações mínimas de conhecimento aos candidatos a cargos públicos pode conceder poderes aos inaptos às decisões impactantes à sociedade. Em outras palavras, seria desinteligente colocar qualquer outra pessoa distinta de um especialista cardíaco para efetuar uma intervenção cirúrgica no coração do país.

E neste ambiente profissional de ofertas de empregos não atendidas devido à falta de qualificação ou interesse dos candidatos às vagas monetariamente menos valorizadas, encontram-se empresas que tentam diminuir este índice através da admissão de trabalhadores inexperientes para, então, ensiná-los ao labor, como também outras entidades governamentais ou não, oferecendo, muitas vezes gratuitamente, cursos profissionalizantes onde também sobram vagas.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.664, pág. B4. ABR 24, 2013.

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