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EMPODERAMENTO

 

            Ter capacidade e autonomia para fazer o que julga ser o certo e contar com o respeito da equipe é o poder que muitos buscam em suas vidas profissionais. Ele se completa com a participação do grupo de trabalho que executa o que foi determinado e acredita no resultado almejado. É o líder diante do time que o segue na batalha do dia-a-dia.

            Esse direito de decidir e ordenar a equipe pode ser conquistado através da nomeação ou persuasão. A primeira é o direito adquirido pela comprovação da capacidade intelectual enquanto que o segundo é advindo da social.

            Nem sempre é possível gozar dessas duas capacidades ao mesmo tempo, mas isso não é um impeditivo. A população deseja empossar o mais intelectualmente capaz para liderar seu país, porém é persuadida e concede o poder até mesmo aos inaptos aos cargos públicos.

            A nomeação também pode ser errônea quando a seleção é baseada na hereditariedade. A ordem na fila de espera não garante a aptidão do sucessor.

            Alguém que assume a liderança devido à sua capacidade intelectual comprovada pode não conseguir bons resultados diante da inaptidão social. Não consegue envolver a equipe o suficiente para executar o que se planeja e a autoridade acaba por não ser respeitada. Por outro lado, quem obtém a liderança por persuadir o time também pode não gerar grandes resultados devido à falta de conhecimento técnico.

            A soma do conhecimento e socialização é fator importante para quem deseja obter a autoridade sobre qualquer equipe. Ter conhecimento cognitivo ou empírico e o poder de conduzir os liderados em favor de um projeto é para poucos. A maioria não consegue se manter no poder uma vez que lhe é conferido.

            Segundo Sun Tzu (544 a.C. – 496 a.C.), general, estrategista, filósofo chinês e autor do tratado militar A Arte da Guerra escrito durante o século IV a.C., “quando o comandante demonstrar fraqueza, não tiver autoridade, suas ordens não forem claras e seus oficiais e tropas forem indisciplinados, o resultado será o caos e a desorganização absoluta.”

            Muitos querem liderar, mas nasceram para serem liderados. E outros tantos que jamais pensaram em assumir cargos de liderança são empossados pelo destino liderando movimentos em meio aos empasses.

            Há os que buscam tomar o poder pela força. Opressão, assédio, chantagem ou obrigação são atitudes fracassadas. Podem até obter algo momentâneo pela grande força exercida, mas nunca o conseguirá novamente. Para Erich Fromm (1900-1980), psicanalista, filósofo e sociólogo alemão, “a ânsia de poder não é originada da força, mas da fraqueza”.

            Abraham Lincoln (1809-1865), 16º presidente dos Estados Unidos da América, disse certa vez: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Assim, o empoderamento desejado pela maioria deveria ter como seleção o crivo da comprovação da capacidade intelectual e social. 

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.823, pág. B4. OUT 30, 2013.

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