/ Artigos

IMPULSIVIDADE

  

      O agir por impulso pode advir de vários fatores e sua probabilidade de acerto é pequena devido ao curto tempo de raciocínio.

      Este curto tempo estreita a visão do autor que executa uma reação imediata para algo que acabou de acontecer, ou ainda está acontecendo, sem antever as possíveis consequências. Talvez seja uma das raras vezes que a ação motora pode se tornar mais rápida do que o consciente – se isso fosse logicamente possível.

      O detalhe está no tempo de reação ao fato: segurar-se quando se deseja falar ou agir; colher as informações antes de tomar uma decisão; repensar sobre a melhor atitude; perceber o melhor momento para agir; identificar a melhor forma de fazer; e, até mesmo, certificar-se se é necessário reagir.

      É certo que a falta de atitude pode causar danos irreparáveis, mas seu excesso também é muito nocivo. E quando a reação é apenas defensiva, pode se tornar um ataque brutal.

A agressividade no falar ou agir também pode ser vista como uma ação impulsiva e não habitual. É o dia de fúria do trabalhador que chegou ao seu limite emocional. O estresse domina seu pensar e o agir é tão automático que ele não o percebe. Por analogia, seria a puxada involuntária do gatilho feita pelo dedo trêmulo do bandido que está sob pressão.

A esposa, esposo, filhos, subordinados, vizinhos, motoristas, pais, colegas, desconhecidos, etc., cruzam o caminho do estressado que descarrega seu nervosismo de maneira impulsiva. O interessante é que mesmo em estado de estresse agudo, ainda há um mínimo de raciocínio do atirador que separa os alvos mais frágeis para receber seu desabafo.

O melhor controle é evitar esse pico de estresse. É preciso se policiar para perceber o próprio nervosismo e cessá-lo antes que ele atinja patamares incontroláveis. Seria o mesmo que viver preventivamente.

Conhecer o próprio limite e antever a condução dos fatos que podem levá-lo à este estado faz o individuo desacelerar seu ritmo para, depois, retomar seus afazeres com mais consciência e domínio.

Uma vez dominando a si mesmo, é possível perceber o estado nervoso do outro e assim ajudá-lo, evitando o contato direto ou indireto. É preferível encontrar um momento mais propício para tratar o assunto pendente.

Relacionamentos profissionais ou pessoais se vão pela gota d’água que cai no copo que não é esvaziado enquanto havia tempo de fazê-lo. Dessa forma, é prudente sempre monitorar a própria postura de maneira preventiva com todos ao redor do que acabar-se isolado por ter disparado, em algum momento, contra todas as conexões em sua rede de relacionamentos.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.704, pág. B4. JUN 12, 2013.

Voltar