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MANTER O EQUILIBRIO

  

A imperfeição dos processos do trabalho, do mercado, da empresa, do ramo de atividade e da mão-de-obra provocam dificuldades na administração do negócio material e humano. E essas são espalhadas no local de trabalho sob os olhares esperançosos de soluções rápidas e precisas vindas da equipe.

Apresentam-lhe, em todo momento, os chamados problemas com diversos graus de obstáculos à serem superados. O ambiente fica nervoso com a chegada do próximo contratempo, a produção não anda conforme gostaria ou precisa, a incerteza sobre a continuidade de algum membro da equipe aumenta, o resultado financeiro parece cada vez mais distante e até mesmo o som do telefone começa a irritar, pois já provoca um pensamento negativo sobre a vinda de outro assunto para se resolver.

A equipe que, até então, deveria promover soluções para os imprevistos, parece inerte diante dos fatos e tem como primeira atitude a transferência da responsabilidade de resolução ao líder uma vez que lhe parece ser cômodo não pensar a respeito e manter-se em segurança apenas executando o que lhe for determinado, indiferente se, por consequência, provocar ônus ou bônus ao negócio – e isso independe de autonomia. E não se pode equivocar-se em pensar que a equipe precisa ser numerosa para isso, pois a partir de duas pessoas já se pode considerar uma equipe.

Numeram de forma rápida e pontual todos os impeditivos e até mesmo dramatizam aumentando-os, presumindo, de maneira muitas vezes equivocada, outros tantos que podem até mesmo não existir. Não percebem que o jeito de lidar com as dificuldades podem demandar outras, piorando a situação.

Neste momento de turbulência diária, é preciso se fazer líder, mesmo que não se tenha tal título. E muitos que o têm, vacilam na hora da análise da situação, se equivocando na compreensão dos fatos e, por fim, tomando decisões por impulsos nervosos.

A pior coisa que pode acontecer é o líder minar a equipe com sua falta de equilíbrio emocional e promover, de maneira inconsciente, um ambiente nervoso de convívio profissional. Mas ele é apenas um ser humano, muito podem pensar. Entretanto, sua maior obrigação é manter a estrutura sustentável e harmoniosa mesmo que para isso seja preciso escolher onde sofrerá menos com perdas inevitáveis.

Realmente não há homem-de-ferro à frente da equipe e que, inclusive, pode oscilar seu comportamento. Mesmo que permitido e compreendido, só haverá um local que ele poderá cometer esta negligência: debaixo da cama do quarto, trancado, sozinho e bem baixinho. Ou seja: a equipe jamais poderá ser afetada com algum deslize do líder porque isso poderá demandar um efeito danoso para todo o negócio.

Então, se ausentar do local de trabalho por alguns instantes; silenciar-se ao invés de dizer o que pensa; manter a postura que transmita segurança no lugar do desânimo ou desespero; e tomar à frente da equipe é o mínimo para fazê-la manter-se equilibrada.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.641, pág. B4. MAR 27, 2013.

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