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POLITICA INTERNA MISTA

  

Estudos apontam como funções básicas das políticas empresariais a uniformidade de comportamento na organização, continuidade das decisões, sistema de comunicação, facilitador na tomada de decisão e proteção contra pressões imediatas.

Tais políticas podem ser estabelecidas para toda a empresa (geral) ou para departamentos (específicas) em níveis operacionais ou estratégicos. São estabelecidas pela alta administração para servir de guia para a empresa em sua missão e visão. Também podem ser formalmente explícitas ou implícitas, tendo como base a tradição, usos e costumes da organização, estabelecendo a cultura organizacional.

Suas aceitações e/ou obediências são fatores decisivos ao sucesso da organização, sendo que a primeira é embasada na compreensão e na crença enquanto que a segunda é fraca devido à aversão da equipe que a qualquer momento pode abandoná-la.

A contraposição identificada            nas partes interessadas (stakeholders) é uma consequência da má aplicação das políticas internas que deixam lacunas preenchidas pelos princípios de cada colaborador. Neste momento nota-se a política interna mista.

Para agravar, percebe-se que a falta de gerenciamento do que foi estabelecido também provoca a distorção das políticas que, ao longo do tempo, é pouco trabalhada com a rotatividade dos colaboradores. Os vícios são trazidos pelos novos funcionários que muitas vezes confundem as políticas como paradigmas sem sustentação.

No outro extremo estão os antigos colaboradores que devido à falta de atualização e acompanhamento do mercado usam conceitos que podem até terem sidos determinados por duas ou três administrações anteriores e que agora estão desusados.

É comum perceber dois colaboradores que até podem estar no mesmo departamento assumindo posturas diferentes em negociações internas ou externas. E o caso mais vivido ultimamente é o de um seguir a linha do Capitalismo Predatório Arcaico e o outro do Cooperativismo. Cito-os dessa forma porque o primeiro é mercenário e ultrapassado, enquanto que o segundo é atualizado e baseia-se no ganho coletivo.

Em outras palavras, há os que visam apenas seu próprio ganho financeiro, indiferente se o fornecedor, colaborador ou cliente morrerão por isso, e há os que abdicam do lucro individual para favorecerem o ganho comunitário, mas sem base altruísta. Isto é: seria desinteligência de um líder estabelecer e justificar-se com o ganho financeiro de curto prazo enquanto que se perdem parcerias duradouras. E às vezes quem está sustentando tais associações são os colaboradores que identificam o erro no líder e o corrige por si mesmos, pois estão mais bem capacitados e esse antiquado também não entenderia.

A política interna empresarial carece de ser estabelecida e gerenciada pelo seu administrador mais bem qualificado e que visa o bem comum entre todos os interessados, pois a sociedade só se sustenta dessa forma: sinergia e resultados entre todas as partes.

O mercado nacional é aberto para que a economia possa reger-se por si, promovendo o livre arbítrio às pessoas físicas e jurídicas sob pouca interferência governamental quando comparado aos outros modelos. Entretanto, o ultrapassado leilão ainda praticado e defendido pelos inaptos de hoje, não são mais aceitos como justificativas aos mais qualificados que aos poucos ampliam seus campos de atuações devido à consciência coletiva.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.561, pág. B4. DEZ 19, 2012.

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