/ Artigos

RECONTRATACAO

  

Pesquisas mostram a elevação do índice de desemprego aos profissionais qualificados quando comparado com o ano anterior. E como se não bastasse este aumento, hoje em dia também é preciso ter mais paciência com o tempo que se leva para ser recontratado.

Dos desempregados ouvidos, 23% estavam sem trabalho há cerca de um ano e 18,8% estavam nessa situação há quase seis meses.

Dentre os mais variados motivos que dificultam a nova contratação, as vagas oferecidas distintas dos objetivos dos trabalhadores e a falta de inclusão ou seleção nos processos de recrutamento são os mais citados.

A economia anda percorrendo um caminho sofrível e apresentando expectativas não muito animadoras. Inflação, câmbio, balança comercial, juros, etc. impactam de maneira direta as empresas que por sua vez buscam se manter em equilíbrio com a diminuição de seus gastos. E a redução do quadro de funcionários faz parte de suas estratégias.

Os que ainda não enfrentam a fila do desemprego sentiram no bolso a redução do bônus de suas remunerações variáveis neste último ano. Mesmo assim podem se sentir um pouco mais confortáveis frente aos demitidos neste mesmo período.

Outro indicador importante trazido pelas pesquisas é o volume dos que foram demitidos (55,3%) contra os que pediram demissão. Chutar o balde está ficando cada vez mais caro para o trabalhador que o faz.

            Em momentos difíceis, os bonzinhos são dispensados já que os ruins não fazem parte do time. Quem é escolhido para permanecer no grupo são os que têm melhor desempenho. Está cada vez mais caro para as empresas conceder novas chances àqueles que não possuem um histórico que as justificam.

            Aos mais bem informados sobre a situação econômica que se vive, a prudência é colocada diante de todo assunto. E infelizmente aos que preferem o entretenimento ao conhecimento a dúvida de permanecer no labor atual ou arriscar-se na relocação pode provocar atitudes errôneas e prematuras.

            Dificilmente alguém se prepara para enfrentar o pior cenário e é essa falta de preparação que pode piorar a condição de vida do trabalhador. O profissional empregado, em média, só começa a pensar sobre o desemprego depois de dois meses que o mesmo o atingiu.

            A recontratação está desde ontem cada vez mais morosa. E este tempo que se leva para conseguir um novo emprego está tão oscilante quanto à economia porque tem uma direta dependência dela. Assim, o profissional que está em atividade precisa sempre acompanhar o momento econômico do seu empregador, região e país a fim de calibrar seus bons resultados no emprego atual, pois seu concorrente na permanência do labor pode ser quem todos os dias toma café junto com ele no local de trabalho.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE. Caderno Empregos. Ano XXII, nº 6.752, pág. B4. AGO 07, 2013.

Voltar